segunda-feira, 15 de outubro de 2007

BOSSAS III - CANELADAS

CAPITULO III
Olá meu caro,
Ouvi, ou melhor, li tua resposta e há uma questão que achei interessante assinalar. Vc afirma que, no tempo em que era cristão confessante teve que soterrar algumas perguntas. Na minha interpretação entendi vc afirmar ai que, enquanto cristão, não podia fazer certas perguntas... a minha réplica é que, (na minha “omilde” opinião) há espaço para todas as perguntas, vc pode não obter todas as respostas ou pelo menos aquelas que desejaria ter. Mas, afinal onde encontraremos resposta a todas as nossas perguntas? Se vc encontrou em alguma filosofia, estilo de vida, etc. por favor me indique pois estou à procura. Acho que a única maneira de viver sem o incômodo de perguntas não respondidas seja sobre a vida, a morte, o sofrimento, Deus, e outras questões inquietantes, é na indiferença ou no cinismo, concorda? O cristianismo não nos poupa desses incômodos senão seria apenas mais um em meio a tantos outros que servem para tentar contornar o embate inevitável da existência. Que podemos fazer se nem mesmo o Filho foi poupado de fazer perguntas irrespondíveis (“pai por que me desamparaste?”....
MINHA RESPOSTA
Sem dúvida! Há aqueles, e houve momentos em que eu mesmo, tentei sustentar Respostas em outros lugares. A própria psicanálise, em algum momento, foi usada neste sentido. Entretanto, percebo que já não é este meu movimento. Começo a aceitar um pouco melhor a perspectiva que não há, em lugar algum - cristianismo, psicanálise, filosofia, alhures - respostas totalizantes para a vida.
A FALTA É ESTRUTURAL, E COMO DÓI ISSO!!!!
Mas começo a desconfiar que apesar de tal oco fundante, é possível criar coisas a meu próprio modo, sem ser muito cínico ou perverso. rrssrsss
Ariano Suassuna, citando um outro qualquer, diz - "em volta do buraco, tudo é beira" - mas tem beiras piores que outras e, às vezes, a beira religiosa é bem ruim ( por outras, nem tanto, é até bela).
Por enquanto é só,
EBER

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