segunda-feira, 15 de outubro de 2007

GUERRA CONTRA AS DROGAS SÓ NO PAIS DOS OUTROS

QUE COISA!! Os bilhões gastos na repressão contra as drogas só geraram o maior produto agrícola americano! Se a mais forte potência militar do mundo não consegue nem cuidar o próprio quintal, porque seguir seu exemplo? Bom, um palpite que tenho, é que é possível ganhar MUIIITOOO dinheiro na a Guerra contra as drogas: vendendo armamentos e consultoria de segurança (a Colombia é o maior exemplo disso - os estadunidenses vendem armamento de segunda, vendem consultoria de segunda e ainda emprestam dinheiro a juros camaradas para os colombianos comprarem os artigos citados. Um negócio "da China"!). Ao invés de traficar drogas, a política de repressão trafica a repressão, que é muito mais lucrativa!!!
Maconha é 'maior produto agrícola' dos EUA, diz acadêmico; assista
Luis Fajardo
Da Califórnia
Nem o milho nem o trigo: em valor comercial, o principal cultivo dos Estados Unidos é hoje a maconha, segundo um estudo apresentado por um acadêmico e ativista americano.

Segundo levantamento feito por Jon Gettman, PhD em Política Pública da George Mason University, na Virgínia do Norte, e líder da Coalizão para Reclassificação da Cannabis, a produção do cultivo de maconha no país é estimada em US$ 36 bilhões anuais e o país está deixando de ser um consumidor da droga para se converter em um importante produtor.

Apenas na Califórnia, o principal Estado produtor de maconha, o valor comercial das plantações erradicadas chegou a US$ 6,7 bilhões em 2006, segundo cifras passadas pelo Departamento de Justiça da Califórnia à BBC.

Para ter uma idéia da importância comercial dos cultivos americanos da erva, basta destacar que um relatório do Serviço de Investigações do Congresso americano estimou que a contribuição do narcotráfico para a economia da Colômbia chega a 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) daquele país, ou cerca de US$ 2,5 bilhões – uma cifra equivalente a menos da metade do valor estimado da plantação californiana de maconha.

Entretanto, o baixo valor monetário do narcotráfico colombiano se explica pelo fato de que a cocaína produzida na Colômbia adquire a maior parte de seu valor agregado após ser exportada.

Até chegarem ao consumidor final americano, o valor comercial final das drogas produzidas na Colômbia será substancialmente maior.

Mesmo assim, as cifras sugerem que os Estados Unidos são uma potência crescente em cultivos ilícitos, e que seu papel na indústria global do narcotráfico não se reduz ao de simples consumidor.

Cultivo crescente

Armado com um fuzil automático, o capitão Kevin Mayer não é o típico guarda florestal de aparência inofensiva e sorriso amável para os turistas que patrulha os parques naturais dos Estados Unidos.

Mayer passa os seus dias percorrendo o Bosque Nacional da Serra, uma reserva natural de mais de um milhão de hectares a meio caminho entre as cidades de Los Angeles e San Francisco.

Apenas na Califórnia, o número de plantas de maconha destruídas passou de 313.776 em 2001 para 1.675.681 no ano passado.

O relatório anual antinarcórticos do Departamento de Estado afirmou que os Estados Unidos cultivavam 10 mil toneladas de maconha em 2005, frente a 5 mil importadas do México e do Canadá.

"Creio que (as plantações de maconha) continuarão aumentando, se expandindo em direção ao leste e ao longo dos Estados Unidos, e ao norte em direção à fronteira com o Canadá", ele disse à BBC. "Há muitos lucros no negócio."

Cap. Kevin Mayer: 'Há muitos lucros no negócio (da maconha)'

O problema descrito por Mayer foi recentemente analisado pelo acadêmico americano Jon Gettman, para quem a maconha é, em termos de valor de sua colheita anual, o maior cultivo dos Estados Unidos, superando o milho e o trigo combinados.

Conhecido estudioso e ativista a favor da reforma das leis antidrogas, Gettman utiliza o argumento econômico na principal campanha da Coalizão para Reclassificação da Cannabis, um grupo defensor do uso terapêutico da maconha.

Prós e contras

Assim como alguns justificam a existência de cultivos de coca nos países andinos por sua importância para as tradições locais, na Califórnia não falta quem diga que a maconha é parte da cultura da região, especialmente desde os anos 60.

E uma parte do eleitorado do Estado tolera o cultivo, desde que em certas condições. Depois de um referendo em 1996, as autoridades californianas legalizaram o consumo e o cultivo da erva em pequenas quantidades para fins terapêuticos.

Mas em outros setores da população, especialmente em comunidades rurais e conservadores, a oposição ao cultivo continua sendo radical.

Um porta-voz da Agência Antidrogas dos EUA (DEA) disse que não poderia confirmar a escala da colheita nacional de maconha. Estima-se que apenas 10% dela sirva a propósitos medicinais.

Como ocorre em países andinos, como Colômbia, Peru e Bolívia, um dos maiores focos do crescimento ilícito na Califórnia tem lugar em parques e reservas naturais, onde o isolamento físico e o caráter de espaço público dificultam a perseguição dos responsáveis.

As autoridades da Califórnia disseram à BBC que não empregam fumigação aérea contra as plantações, por considerá-las nocivas às condições ambientais nesses parques naturais.

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