terça-feira, 4 de dezembro de 2007

NOVEMBRO ACABOU!!!!


Com o fim de novembro, findou-se também meu papel enquanto membro do famigerado Conselho de Sentença. O saldo foi positivo, de três sorteios a que fui submetido, em dois fui rejeitado - em um pelo Promotor, em outro pelo advogado; graças a muito dinheiro gasto em psicanálise não me senti nem um pouco chateado por essa rejeição.

Rejeição, aliás, planejada: alguns minutos antes da chegada dos advogados e do promotor eu ia até o banheiro, desajeitava meus cabelos, amassava a camisa e fazia cara de mano. Deu certo!

No dia em que fiquei, julguei a morte da Carneirinha efetuada, supostamente, pelo Tangerina; quem delatou tudo foi o Piolho. O que há de comum nesta circunscrição entre os reinos animal e vegetal é a pobreza de todos os envolvidos. Ao promotor bastou achincalhar o Tangerina, pintá-lo como aquele que mais dia, menos dia, irá invadir sua casa (é, a tua, caro leitor) de arma em punho e roubar teu dinheiro, estuprar tuas mulheres, etc. Não precisou provar nada, bastou achincalhar o bicho, ops, vegetal e ....tome mais doze anos de prisão na cabeça. Tudo bem que o tal do Tangerina já fora condenado a outros dezesseis.....

Esqueçam os julgamentos americanos, aqueles que vemos na TV com provas, fotos, diagramas, especialistas, balística, testemunhas. Como assim?

Começa que o advogado do cabeça de pokan deve ter recebido o caso pouco antes do julgamento. A primeira conversa entre eles foi exatamente a 10 minutos antes do início do mesmo (palavras do advogado); aliás esse era o terceiro advogado do Tangerina, todos nomeados pelo poder público. Cada um seguiu um estratégia de defesa diferente, desancando polidamente a estratégia de seu predecessor. Igual a defesa do Curintia - cheia de furos, com uns cabeças de bagre batendo cabeça.

Ninguém mostrou prova alguma se as armas entregues eram as armas do crime, nem mostraram prova de balística para mostrar como foram disparados os tiros, não provaram se o Pokan estava lá mesmo ou não. A cena do crime não foi, nem de longe, remontada. Só a irmã da Carneirinha testemunhou (nem a dona Tangerina foi chamada).

Bastaram as fotos da Carneirnha com uma dúzia de tiros espalhados pelo corpo, o sangue jorrando, a ficha criminal do Tangerina. Pronto, condenção.

A finada Carneirinha tinha esse nome pelos cabelos. A ficha criminal dela era maior que a do Tangerina, inclusive com várias acusações de homicídio, una anos na cadeia.

Como é que a gente julga? Você opta pela especulação que lhe parece mais convincente - a do promotor ou a do advogado. Os fatos, as provas a verdade? Ora, deixe de ser tonto, estamos no Brasil........

Um comentário:

anotacoesdoadenilson disse...

Ai Eber, gostei muito dessa reflexão. O parágrafo em que vc encerra o texto é antológico (ainda tem acentos?)! Desculpe o atraso do comentário. Adenilson

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