quarta-feira, 12 de março de 2008

EM DEFESA DOS VIVOS


Este texto eu escrevi para uma lista de discussão que minha turma de graduação em psicologia mantém. A discussão começou a partir de um texto que uma amiga( um primor de mulher, aliás), escreveu. Seguiram-se a ele algumas reações bastante fortes, inclusive uma petição on-line EM FAVOR DA VIDA DOS EMBRIÕES.
Curioso que as reações só amainaram  quando a Claudinha escreveu um outro e-mail dizendo que ela teria um problema de saúde grave e que ela também ansiava que as pesquisas genéticas com células tronco lhe fornecessem uma cura. Parece que só quando a desgraça bate ao lado é que tendemos a ser menos teóricos!
O que se segue é uma transcrição do meu texto à turma:

"
Aproveito a ocasião para felicitar coletivamente a todas às novas mamães e papais da turma!
Voltanado ao tema, as tais pesquisas com células tronco embrionárias, acho que não se trata apenas de uma questão "técnico/científica", a ser resolvida no âmbito dos laboratórios e hospitais, não! É uma discussão que a socieadade deve fazer porque envolve aspectos filosóficos, metafísicos, religiosos, éticos e tecétera e tal: as descobertas técnicos científicas também devem passar sob o crivo daquilo que dita socieadade acha correto ou não e se submeter a ele. É claro que isso tem efeitos e cada sociedade em cada época que pague o preço de suas escolhas e não necessariamente uma sociedade ultra-avançada do ponto de vista técnico científico tem um ´saldo ´ final melhor que uma comunidade menonita ultrafundamentalista: sempre vai ter um resto, um efeito colateral que escapa a conta e tem que se lidar com ele. É o preço da vida - às vezes acho isso uma bosta, às vezes não.
Quanto à pesquisa, SOU INTEIRAMENTE FAVORÁVEL à que sejam realizadas por uma série de razões -
- o limite de onde começa e termina a vida é um troço inteiramente arbitrário (nem definir o conceito da morte direito ainda fizeram, e olhe que eu sinto a falta de um monte de mortos já faz um tempo hein)
- se o conceito do que é morte é arbitrário, o mesmo vale para vida
- um embrião não necessariamente "vingará": que o digam aqueles que fazem fertilização in vitro, já tiveram os embriões implatados na barriga da mamãe e....nada;
- pela lei brasileira, serão embriões que necessariamente serão descartados
- esses embriões podem ajudar muito aqueles que já estão vivos e padecendo
Nenhum desses argumentos é exaustivo, mas a mim me convencem e eu acho que vale mais a pena lutar pelos que já estão conosco do que pelos que foram e por aqueles que nem se sabe se virão!
UM abraço,
EBER"

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